Geração Zapping X Comênio
Considerado o Pai da Didática, João Amos Komensky, conhecido no Brasil como Comênio, publicou a Didática Magna em 1638 e o primeiro livro ilustrado com fins didáticos para o ensino em 1658. Este livro obteve grande sucesso no auxílio a alfabetização e foi utilizado por mais de 100 anos em escolas da Europa.
Lendo a introdução e o índice da Didática Magna, podemos perceber que alguns tópicos ainda estão muito atuais como a importância da afetividade nas relações professor-aluno, o partir de ensinamentos fáceis e gradativamente avançando para atividades mais difíceis. Comênio também sugeriu que os estudos fossem intercalados com música, brincadeiras e conversas a fim de não sobrecarregar os alunos. A escola oferece tudo isso.
Atualmente também, a cada dois anos, as escolas públicas recebem novos livros didáticos para trabalhar com os alunos, específicos para cada série. Coloridos, modernos, bonitos, mas que não atraem os alunos.
Refletindo sobre o assunto aqui exposto penso que o que é atual para a escola, a imagem de acontecimentos com mais de 300 anos, não está sintonizado com o pensamento atual dos alunos e alunas.
Gastamos a metade do tempo das aulas tentando fazer com que as crianças e adolescentes parem e escutem, parem e leiam, parem e observem, parem e escrevam e quando eles param é por pouquíssimo tempo.
Estamos trabalhando com a famosa geração zapping, fazem tudo ao mesmo tempo e de forma aparentemente superficial. A meu ver a única coisa que atrai as turmas de alunos hoje é a tecnologia e esta ainda está pouco disponível nas aulas.
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