domingo, 30 de maio de 2010

Refletindo sobre os estágio

Amanhã iniciarei a oitava semana do estágio do curso de pedagogia a distância da UFRGS, estou chegando ao final de mais uma etapa.

Como foi fazer este estágio supervisionado?

Pensando bastante resolvi comparar o estágio supervisionado a uma dieta supervisionada.

Numa dieta tudo é balanceado, as quantidades de açúcar, sal, gorduras, vitaminas, são todas medidas. Para quê? Para que possamos obter o resultado esperado. Engordar, emagrecer, desenvolver músculos, regular funções no organismo, etc.

Muitas vezes também a dieta "supervisionada" visa a reeducação alimentar...

Assim também podemos pensar com relação aos nossos planejamentos.

Nessas últimas oito semanas tudo foi balanceado e medido. Minha turma de EI brincou, ouviu música, construiu maquete, passeou pelo bairro, experimentou sabores, ouviu histórias, escreveu, pintou, recortou, conversou, etc.

Enfim, as crianças realizaram muitas e variadas atividades, todas elas desenvolvidas com o objetivo de promover conhecimento, segurança, experiência, oralidade, sociabilidade e muita alegria também.

No começo, confesso que foi bem difícil seguir a "dieta", mas agora depois de provar sabores diferentes, sinto que estou aprendendo a valorizá-los...

Sem falar no resultado que também é uma fonte de inspiração. É muito bom no final de cada semana, pensar no que foi planejado e ver que existiram momentos significativos para muitas crianças.

É isso que faz valer a pena todo o esforço e nos estimula a continuar planejando de maneira a atingir nossos objetivos.

AUTO-RETRATO
Lindo, né????? É meu aluno!!!

domingo, 23 de maio de 2010

Letramento na Educação Infantil




Aprendemos na interdisciplina de Linguagem e Educação, no semestre passado, que o letramento começa desde o nascimento da criança, com a mãe e com as imagens e falas que ela percebe e assim vai se desenvolvendo sucessivamente de acordo com as práticas e necessidades de cada um.

Por isso, na educação infantil é muito importante valorizar a criança como um sujeito letrado, que já possui vários conhecimentos no que se refere a escrita de nomes de brinquedos, marcas, alimentos e etc.

Penso que a esse conhecimento devemos agregar outros, seja na contação de histórias, seja na oferta de materiais impressos como livrinhos, jornais, revistas, rótulos e também atividades no computador que envolvem as letras e seus sons.

Toda essa oferta vai facilitar na hora da alfabetização, muitos códigos já serão conhecidos pelas crianças, haverá uma maior intimidade com o alfabeto e seus sons.

Sendo assim meu planejamento fica também comprometido com o letramento e com uma pré alfabetização das crianças na EI.

domingo, 16 de maio de 2010

EMOÇÕES e Educação Infantil

Ter cinco ou seis anos significa ver e experimentar muitas coisas pela primeira vez: a escrita do próprio nome, descobrir as minhocas debaixo dos vasos, conseguir fazer um "morcego" nas aulas de educação física, dosar a força para quebrar o ovo da receita, construir rios e represas no tanque de areia, surpreender-se com o resultado da mistura de tintas, perseguir os sapos escondidos no bosque, perceber o significado de equipe ao somar os pontos de um jogo, ler a primeira palavra e até perder o primeiro dente.

Em tudo isso são depositados grandes sensações e sentimentos e nesta sexta semana de estágio a partir da leitura do livro Bom dia todas as cores as atividades foram planejadas para que os pequenos possam reconhecer e externar seus sentimentos e emoções.

Pesquisando um pouco mais sobre o assunto, encontrei um texto sobre Educação Emocional, escrito por Paulo Périssé - Doutor em Psicologia pela USP, o qual citarei uma parte:

"Quando as crianças não desenvolvem na infância estas habilidades e competências sócio-emocionais, podem tornar-se adultos insensíveis e indiferentes à dor e ao sofrimento alheios, inclusive quando estes são causados por si mesmo.

Hoje em dia sabemos que, desde pequenas, as crianças são capazes de sentir todas as emoções de um adulto, só que ainda não sabem como percebê-las, rotulá-las, compreendê-las, nem regulá-las. Tudo isto precisa de ser aprendido.

Durante muito tempo, as emoções, nas escolas, ficaram da soleira da porta para o lado de fora. O conceito de inteligência emocional ainda não existia e, como as questões emocionais também não eram, normalmente, abordadas na educação doméstica, as pessoas tinham que aprender a lidar com as suas emoções como podiam, ou não podiam. Assim, na falta de uma educação emocional explícita, elas lutavam na escuridão, contra si mesmas, como dizem Berrocal e Ramos (2001), produzindo geração após geração de "analfabetos emocionais" - a minha inclusive."


Como é bom saber que as teorias educacionais, que valorizam a afetividade entre educandos e educadoras e que dão espaço para ensinar emoções estão sendo postas em prática, né?

domingo, 9 de maio de 2010

Barco Martim Pescador - São Leopoldo

Quero dividir aqui uma manhã de formação que ocorreu para professoras da rede municipal de São Leopoldo.

Fizemos um passeio pelas águas do Rio dos Sinos, no Barco Martim Pescador, orientadas por um biólogo que ia fazendo dinâmicas e falando sobre a fauna, flora, poluição e outras informações a cerca do rio.

Muitas vezes frequentamos formações por serem obrigatórias e pouco aprendemos, até por serem teóricas e monótonas e resultar em impaciência e cansaço, mas nesse sábado foi diferente, foi instrutivo e dinâmico.

Acredito que o mesmo ocorre com nossos alunos e alunas quando ficam impacientes dentro da sala de aula, por estarem repetindo atividades que pouco significam para eles.

Por isso a necessidade de sair da sala, realizar atividades práticas onde todos possam participar, sendo com dramatizações, cantos, passeios no bairro ou até mesmo dentro do pátio da escola.

Esse é o Barco Martim Pescador


Lá fomos nós...

Grande parte do esgoto da cidade entra direto no rio, sem tratamento



Moradores nas margens do rio


Imaginem se nãõ fosse poluído...

Nessa formação aprendemos, entre outras coisas, que os metais pesados que estão nessa água não saem com nenhum tipo de tratamento, que os hormônios que estão nessa água, também não saem com nenhum tipo de tratameto e portanto conclui-se que a água do Sinos, mesmo tratada não é própria para o consumo.

Apesar de constatar a realidade sobre a poluição do nosso rio, também podemos sentir a alegria de estar navegando e aprendendo um pouco mais sobre o nosso meio ambiente.

domingo, 2 de maio de 2010

TDAH


Transtorno de Déficit de Atenção com ou Sem Hiperatividade (TDAH)

Um dos meus alunos da turma de EI é agitadíssimo. Grita, belisca e morde os colegas, pula na fila, corre no refeitório, se mete nas conversas, trabalhinhos e brincadeiras de toda a turma, enfim está ligado em "220".

Por outro lado, ele não tem problemas de aprendizagem, escreve o seu nome, reconhece as cores e as letras do alfabeto. Tem habilidades para colar e recortar e consegue realizar TODAS as atividades propostas.

Para interagir com ele e fazer com que esse aluno consiga melhorar o relacionamento na turma pesquisei sobre esse comportamento e li uma reportagem muito esclarecedora na última edição da revista Nova Escola.

A matéria disserta sobre 5 pontos essenciais sobre esse transtorno, sendo:

1) Agitação não é hiperatividade

Há dias em que alguns alunos parecem estar a mil por hora e nada prende a atenção deles. Isso não significa que sejam hiperativos. O problema pode ter raízes na própria aula - atividades que exijam concentração muito superior à da faixa etária, propostas abaixo (ou muito acima) do nível cognitivo da turma e ambientes desorganizados e que favoreçam a dispersão, por exemplo. Em outras ocasiões, as causas são emocionais. "Questões como a morte de um familiar e a separação dos pais podem prejudicar a produção escolar", diz José Salomão Schwartzman, neurologista especialista em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Nesses casos, os sintomas geralmente são transitórios. Quando ocorre o TDAH, eles se mantêm e são tão exacerbados que prejudicam a relação com os colegas. Muitas vezes, o aluno fica isolado e, mesmo hiperativo, não conversa.

2) Só o médico dá o diagnóstico

Um levantamento realizado recentemente pela Unifesp aponta que 36% dos encaminhamentos por TDAH recebidos no setor de atendimento neuropsicológico infantil da instituição são originados da escola por meio de cartas solicitando aos pais que procurem tratamento para o filho. "Em muitos casos, o transtorno não se confirma", afirma Muszkat. A investigação para o diagnóstico costuma ser bem detalhada. Hábitos, traços pessoais e histórico médico são esquadrinhados para excluir a possibilidade de outros problemas e verificar se os aspectos que marcam o transtorno estão mesmo presentes. Como ocorre com a maioria dos problemas psicológicos (depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo), não há exames físicos que o problema. Por isso, o TDAH é definido por uma lista de sintomas. Ao todo são 21 - nove referentes à desatenção, outros nove à hiperatividade e mais outros três à impulsividade.

3) Nem todos precisam de remédio

Entre os anos de 2004 e 2008, a venda de medicamentos indicados para o tratamento cresceu 80%, chegando a cerca de 1,2 milhão de receitas, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diversos especialistas criticam essa elevação, apontando-a como um dos sinais da chamada "medicalização da Educação" - a ideia de tratar com remédios todo tipo de problema de sala de aula. "Muitas vezes, o transtorno não é tão prejudicial e iniciativas como alterações na rotina da própria escola, para acolher melhor o comportamento do aluno, podem trazer resultados satisfatórios".

4) O diálogo com a família é essencial

Em alguns casos, os professores conseguem participar das reuniões com os pais e o médico. Quando isso não é possível, conversas com a família e relatórios periódicos enviados para o profissional da saúde são indicados para facilitar a comunicação. É importante lembrar ainda que não é por causa do transtorno que professores e pais devem pegar leve com a criança e deixar de estabelecer limites - a maioria das dificuldades gira em torno da competência cognitiva, da falta de organização e da apreensão de informações, e não da relação com a obediência. Durante os momentos de maior tensão, quando o estudante está hiperativo, manter o tom de voz num nível normal e tentar estabelecer um diálogo é a melhor alternativa. "Se o adulto grita com a criança, ambos acabam se exaltando rápido e, em vez de compreender as regras, ela pode pensar que está sendo rejeitada ou mal compreendida", diz Muszkat.

5) O professor pode ajudar e muito

Adaptar algumas tarefas ajuda a amenizar os efeitos mais prejudiciais do transtorno. Evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDAH próximos a janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um fator de distração. Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração. Já a energia típica dessa condição pode ser canalizada para funções práticas na sala, como distribuir e organizar o material das atividades. Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das tarefas. Propor intervalos em leituras longas ou sugerir uma pausa para tomar água após uma sequência de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar o trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Esta, aliás, é uma reflexão importante para motivar não apenas os estudantes com TDAH, mas toda a turma.


Estou colocando em prática as recomendações sugeridas nessa matéria, como não colocar a criança sentada perto da porta, diminuir os estímulos visuais, manter um tom de voz normal ao falar com ela quando se mostrar muito agitada. E só com isso o aluno está demonstrando mais calma, mais segurança.

Fonte: Revista Nova Esola - p.80-81 - abril de 2010